sábado, 3 de dezembro de 2011

PSICOPATAS POR PIZZA

O ser humano adora pedir pizza. Domingo é o dia primordial para praticar tal ato. As pessoas adoram ligar e fazer aquele pedido com cada metade de um sabor diferente.
- Olá, gostara de pedir uma pizza.
- Claro. Qual o sabor senhora?
- Hum! Quero uma pizza – metade calabresa, metade frango-com-catupiri. Dá pra colocar uma fatia de banana também, por favor?
- Tudo bem, qual o endereço?
- Rua Maristela, casa 21, zona leste. Moço! Vocês ainda estão com aquela promoção: compre a pizza e ganhe um refrigerante de 2 litros?
- Estamos, sim senhora!
- Ótimo, vou querer uma coca-cola.
- Não temos, coca.
- Então pode ser, guaraná?
- Também não temos guaraná. Somente sprite e fanta uva.
- Nossa, que falta de opção: vai a sprite então.
- Dentro de trinta minutos chegará em sua casa. Tenha uma boa noite.

Se não demorar muito a pizza só chega quarenta minutos depois, e olhe lá. Quando chega, existe sempre uma enorme possibilidade de algo vir errado: um sabor diferente – ou o refrigerante faltar. Uma vez, presenciei uma amiga pedindo uma pizza de banana e não sei como eles conseguiram confundir com portuguesa, na hora da entrega. Vai ver o chefe da cozinha de lá percebeu que a banana estava estragada e mandou algo parecido. Isto é óbvio, tal como o sarcasmo que há em meu cérebro.

Talvez a maior culpa desses erros de pedidos em pizzarias, pastelarias e fest-foods a la carte não esteja na atendente do balcão, mas sim, da mísera correria de pedidos que ocorrem diariamente. Hoje, tem sido uma raridade enorme, viver o drama de pedir uma comida na cidade grande e o motobói trazer o pedido como realmente desejávamos, e no tempo certo. Deve ser tanto pedido ao mesmo tempo que os atendentes se confundem. Também pudera, coitados. Parece que as pessoas nunca sabem cozinhar, ou simplesmente criam o “feriado da cozinha”, aos domingos. Muitas vezes a anotação chega certa no envelope do pedido, porém quando abrimos, surge em nosso olhar aquele espasmo total. Como os expectadores de uma plateia de circo que não enxergam lógica ou graça alguma naquela mágica imbecil do ilusionista sem dom.
- Meu pedido veio errado de novo, moço. Toda vez é isso!
- Agora a senhora liga lá e reclama com eles, pois eu só faço meu serviço, que é fazer a entrega.
- Ah, pois eu ligo mesmo. Acho isso um absurdo. Na hora de pedir eles são ótimos. E volta e meia mandam errado.

Segundos depois, ela volta:
- Eles disseram que vão mandar a pizza certa, novamente. E também o troco pra cinquenta que pedi e não trouxeram.
- Então a senhora pode me devolver a pizza errada pra eu ir buscar a correta, por gentileza?
- Ah não, e se você não vier? Estou com muita fome e pode demorar, do jeito que o trânsito é. Faz o seguinte: eu fico com a pizza aqui enquanto você busca a outra. Não demore!
- Não senhora. E se eu voltar e a pizza já estiver no seu estômago – fazendo cantigas de roda com as lombrigas alvoroçadas que demonstra ter em sua barriga, de tanta fome?
- Não vou discutir, só devolvo se trouxer a pizza correta. Eu já paguei. E mesmo que comesse esta aqui, a solução mais simples seria você não me entregar a outra pizza, horas. Sem mais discussões. Vá logo que minhas lombrigas estão pulando igual a Globeleza no sambódromo. A cantiga de roda passou foi longe daqui.

Desconfiado, porém com medo de ser estrangulado por uma psicopata de pizzas, não hesitou em fazer diferente a ordem da mulher-cliente, furiosa-fomentona. Quinze minutos depois ele retorna com o pedido correto, pega a pizza errada e vai embora.

Mais um dia de vitória para a psicopata de pizza. É assim todos os domingos, com todos os brasileiros. Quando não se sabe fazer nada de interessante na cozinha ou não está a fim de sair para comer algo na rua, o brasileiro agarra a lista telefônica, disca o primeiro número de uma pizzaria mais próxima e faz seu pedido. Em seguida reza para que venha tudo como desejado enquanto aguarda ansioso no sofá da sala, assistindo “Pânico na tevê”. Uma ressalva: quando for trabalhar na segunda-feira – terá de passar numa farmácia a caminho do serviço: ou para comprar um remédio para dor de estômago, ou apenas para sentir um leve peso de consciência ao lidar de cara com uma balança.

SONÍFERO

Ele acorda às seis e meia

Desce correndo do seu prédio

Atravessa duas ruas,

Vai buscar o seu remédio

Quando escuta o barulho

Sai descalço e acelerado

Em direção daquela brisa

E do imenso mar salgado

Mergulha,

Esquece o mundão afora,

Quando voltar molhado da rua

A tristeza terá ido embora

Ondas com ressaca

Levam embora o cordão

Corpo jogado na areia

Joelho ralado no chão

Quando for se despertar

Desse mundo surreal,

Saberás que é um sonhador

A viver no Planalto Central.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

CANÇÃO

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.

Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.

Autor: Cecília Meireles

sexta-feira, 24 de julho de 2009

SENSAÇÕES DE BEM ESTAR, SENSAÇÕES CONTRÁRIAS

Um breve verso que fiz sem finalidade alguma. Ou talvez com toda finalidade para alguém.
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Ando pelas ruas e vejo paz, luz, amor, sinceridade. Embora consiga enxergar muita tristeza, mistério, segredos e rancores ao mesmo tempo, diante dos olhares alheios.

Momentos únicos numa vida totalmente ligada ao seu destino. Escrevendo em frações de segundos, na velocidade de uma bala entrando em sua "zona de conforto".
Pessoas sorriem, choram, almejam, gritam e suspiram seus ideiais e sentimentos na linguagem do seu páis, da sua nação.

A sensação de escrever sem rumo uma mensagem, libera sentimento suficiente para expressar suas razões e pensamentos soltos.

Um beijo! Um beijo muda a cabeça de quem o faz e de quem ganha.
O beijo é o vocabulário mais rico que uma boca pode contribuir para se comunicar com a outra.
Um toque, um gesto, para provar a vida que tudo que é bom nem sempre exige preço a ser pagado, desde que sua intenção seja pura e verdadeira.

Ao mesmo tempo que vivemos sem conformar com o destino, surge a confirmação de que estamos mortos e precisamos encontrar nosso caminho, pois a luz já surgiu desde o princípio e não enxergamos.

Sentindo a brisa do vento que vem da janela bater sobre a maçã do rosto, percebo a vida e sua existência como uma verdade absoluta, mas ela é curta demais para nos provar as diferenças dos séculos. O fato é que as coisas acontecem e apenas se repetem,ou seja, são sempre as mesmas coisas e situações que vivemos, só o tempo das datas e os personagens modificam. Será que por isso existem pessoas que sonham, o que é impossível acontecer, e tempos depois, acontece?

Se não sabemos chorar, devemos sorrir. Se não conseguimos respirar, morreremos em seguida. Somente o vento pra dizer o amanhã.
Apenas às águas para cantarem nossas trilhas, só as luzes para brilhar nossos caminhos.
E só vivendo de verdade para existir!
..................

quinta-feira, 17 de julho de 2008

A MULHER DA PASTILHA ABENÇOADA

Quem nunca andou de ônibus e já se deparou com a cena de estar sentado e de repente, uma pessoa chega e começa a discursar, sobre o amor entre as pessoas, a coisas boas que Deus faz e no final do diálogo, oferece balas, chicletes ou melzinhos para os passageiros comprarem? Algo comum na nossa sociedade não?!
Se você parar e observar, essas pessoas costumam usar roupas de vestes simples, demonstrando que realmente estão necessitadas de dinheiro e por isso fazem aquele tipo de trabalho. Mas desta vez foi diferente. Hoje cedo fui à faculdade pegar umas declarações e quando estava no ônibus voltando para casa, conheci uma mulher que chegou como uma espécie de ‘vulto’ desejando ‘bom dia’ aos passageiros e se apresentando. Ela tinha as mesmas características dessas pessoas, só que uma coisa nos chamou atenção no ônibus. Ela estava muito bem vestida, de bolsa, maquiada e usava aparelho nos dentes (algo que para ser mantido possui altíssimo custo).
O que uma mulher bem vestida e eloqüente fazia vendendo balinha no ônibus? Acredito que muitas pessoas estavam se questionando sobre isso, assim como eu. Ela falava sobre as parábolas de Jesus, citava frases sobre felicidade com sua voz suave e acolhedora. E um certo momento ela respondeu: “Eu fiquei desempregada há três meses atrás, e hoje vocês me vêem bem vestida porque eu trabalho em uma empresa maravilhosa. E continuo fazendo este tipo trabalho porque foi através dele que eu me reergui quando estava passando necessidades tendo que arcar com as despesas de casa com as minhas duas filhas.”
A maioria das pessoas que encontramos fazendo isso nos ônibus, costumam ser bem mais humildes no jeito de falar. Umas fazem discursos decorados e quase cantando, outras falam tudo errado e ninguém entende nada. E aquela mulher chamou atenção não pelo fato de estar fazendo aquele tipo de trabalho. Isso é comum de as pessoas presenciarem, como mencionei no início da conversa. Mas chamou a atenção justamente pela maneira inusitada de se vestir (perante a situação), pela sua simpatia e tranqüilidade na hora de falar e pela vontade que ela tinha de transmitir a mensagem de Deus para as pessoas, mesmo que tenha conseguido um emprego melhor. Eu não tenho religião, mas a vi, senti algo bom quando falava, dava para ver nos olhos dela que ela gostava do que estava fazendo. E afirmo que se ela fizer faculdade, 90% de certeza de que ela fará psicologia. Isso se ela já não tiver a graduação. (risos)
A mulher da pastilha abençoada mostrou que todo problema na vida têm sua solução. Essa foi uma mensagem de esperança para nós que vivemos em uma sociedade com um mundo tão descompassado e frustrador perante nossos conhecimentos e convívios. Foi um grande exemplo para muitas mulheres e homens que pensam estar num túnel sem luz no final dele.
Ah! Já ia me esquecendo, ela vendia pastilha de freegells, compra a de chá verde, recomendo.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

CONTO: O ADULTO ADOSLESCENTE


Autor: Helisson Silva
Sempre que começamos a crescer, vivemos momentos novos, memoráveis e empreendedores. Passamos a olhar as coisas da vida com mais realidade e expressão, estamos sempre com dúvidas de como tomar alguma atitude ou até mesmo de como se comportar perante cada momento e situação.
No ano de 2020, o mundo de certa forma mudou muito, as pessoas mudaram muito. Minha esposa e eu somos muito felizes, no entanto nós dois andamos muito aflitos ultimamente. Lisa fez um exame e iremos descobrir se ela pode ser mãe ou não. Casamos muito cedo, eu com vinte e seis e ela com vinte e oito anos, como já éramos muito bem estabilizados e nos amávamos de verdade, pensamos então em casar e construir uma família de maneira bem natural, como qualquer outro casal normal faz.
Assim que nos casamos começamos a planejar o nosso futuro. Participávamos de palestras sobre como saber administrar a vida financeira e emocional, para poder darmos a nossa família que estaria sendo construída com muito conforto e equilíbrio. Depois de tudo isso, um ano se passou. Nossa vida a dois ia muito bem e resolvemos então ter um filho. Começamos a inovar a nossa vida para receber essa nova criança que estaria chegando a este mundo tão descompassado. Coisas de mínimos detalhes para mim, eram muito importantes e perfeitas, eu estava realmente feliz, pois estava realizando um sonho de que todo homem um dia quer ser, pai. Minha esposa também demonstrava estar muito feliz, contudo parecia que algo a perturbava e ela não podia falar, eu sempre desconfiava quando comentávamos em filhos, tentava adentrar ao assunto, mas ela sempre conseguia desconversar.
O tempo corria, já se passaram três meses e nada de Lisa engravidar. Claro como não pensei nisso antes, Lisa talvez não possa ter filhos. Estava no trabalho quando resolvi ter uma conversa muito seria e definitiva com ela, queria saber se ela tinha algum problema ou não.
Ao chegar em casa me deparei com Lisa sentada no sofá lendo um livro sobre ‘como se sair de uma situação em que seu marido está sendo enganado’, nesta era de 2020, as pessoas que estão com algum problema, vão aos escritores psiquiatras de auto-ajuda, contam seus problemas a eles e dentro de um mês é recebido em casa um livro abordando a solução para o seu caso, na hipótese de Lisa, o título do livro seria: “Como sair de um problema quando se engana o seu marido?”. Estes livros são escritos em formas de regras e condições para você equilibrar-se diante da qualquer situação. Parecia perfeito, mas Lisa não conseguiu por muito tempo, logo ela se debilitou e resolveu me contar tudo. Disse que quando adolescente ela e sua mãe foram ao médico fazer suas consultas constantes e um certo dia o médico disse que Lisa não poderia ser mãe. E como sua mãe, dona Helena estava ausente da sala no consultório, Ela pediu implorando ao médico que não contasse nada, e que depois, no tempo e na hora certa ela contaria tudo a todos. O médico então se sensibilizou ao ver a menina em prantos e disse à mãe dela, que com a jovem garota estava tudo nos seus conformes. Lisa também me disse que o médico não chegou a dizer que ela era estéril, mas que seria quase impossível ela ser mãe algum dia.
Lisa guardou este segredo pra todos sempre, e mentiu para mim esse tempo todo. Eu realmente não sabia o que fazer, fiquei muito nervoso e resolvi sair de casa e dar uma volta para tentar me distrair um pouco. Voltei tarde para casa e Lisa já estava dormindo. Dormi no sofá da sala e no outro dia fomos conversar novamente, agora mais calmos e de cabeça fria.
Na nossa conversa, chegamos a uma conclusão. Resolvemos ir a um médico especializado no assunto para vermos o que poderia ser feito. Lisa então fez o exame e daqui a dois dias sairá o resultado pra saber se ela é estéril ou não.
Atordoado seria a palavra ideal para demonstrar o meu comportamento nesta sala branca, dando sensação de paz, mas ao mesmo tempo, me fazendo sentir medo. Já se passaram dois dias e agora estou aqui em frente à mesa do médico e ele vai nos dizer como foi o exame.
Sem cerimônias, ele começa a nos explicar como é delicado o caso de Lisa. Uma boa notícia, ela não é estéril, mas não seria bom ariscar em ter um filho, porque seu útero não teria suporte para segurar o feto por nove meses. No entanto, ela já estava esperando um filho meu e o bebê já tinha três semanas de vida e estava muito bem. O médico disse que como ele não podia nascer de nove meses porque o útero de Lisa não suportaria, seria necessário então fazer uma cesárea quando o bebê estivesse no sexto mês de gestação, pois a partir do sétimo mês em diante a placenta poderia estourar.
Isso era tudo pra mim, eu olhei pra Lisa e ela estava virando em minha direção para me abraçar. Eu não podia negar que estava feliz, mas ainda existia muita angústia por tudo o que ela tinha feito, mentiu pra mim, me enganou. Mas depois de um abraço verdadeiro, ela olhou bem nos meus olhos e disse: - Eu não te contava nada porque sabia que um dia poderia ser mãe e que daria um lindo filho a você, lhe deixando bastante orgulhoso e agora isso acaba de acontecer. Ela também me pediu perdão, disse que nunca mais mentiria pra mim e que me amava muito. Como o amor suporta tudo e a minha alegria era tão grande, eu resolvi perdoá-la e esquecer o passado, pois agora seria só felicidade. Voltamos para casa e resolvemos não tocar mais no assunto, pelo menos naquele dia, afinal foi tudo feliz, mas também um pouco cansativo.
Semanas foram se passando muito rápido, cada dia era um motivo para brincadeira diferente, saíamos muito, nos divertíamos bastante, etc. Meses se passaram e Lisa já estava no quinto mês de gestação, graças a Deus estava indo tudo certo, até Lisa se sentir mal um certo dia. Corri para o hospital com ela e chegando lá, os médicos a levaram diretamente para a sala de parto. Meu Deus! Cinco meses, ainda é muito cedo para esta criança vir ao mundo, seu corpo ainda nem deve estar totalmente formado. Mas eu tinha esperanças.
Dê óculos com lente de grau forte e sobrancelha grossa me olhava à secretária da recepção com um ar de pena e sorria levemente com medo. Eu estava ali sentado, oprimido naquele sofá do hospital e ao redor de objetos relicários sem saber o que fazer, impacientemente. Passaram-se alguns minutos e logo vem à enfermeira e me conta uma notícia sobre a criança. Ao ver-me chorando ela pede que me acalme e senta-se no sofá comigo. Com muita calma e paciência ela me diz que o bebê é um menino, está muito fraco, porém sobreviveu, já que estava quase no sexto mês de vida, ele estava na incubadora mas corria risco de vida. Fiquei feliz e dei um sorriso repulsivo, estava feliz e triste ao mesmo tempo, pois meu filho poderia sobreviver ou morrer a qualquer momento. - E quanto a minha esposa? Como ela está? Perguntei à enfermeira. - Sua esposa infelizmente não suportou e faleceu, mencionou delicadamente ela, com a voz trêmula.
Não pode ser, isso não, minha esposa me deixou sozinho neste mundo tão grande, sou tão novo para me tornar um viúvo. A partir daquele momento, saí daquela sala e fui chorar perto de meu filho que estava quase vivo, quase morto naquela incubadora. O que seria de mim agora? Minha vida já era, haviam acabado todos os meus sonhos e objetivos.
Todo o dia, ia visitar meu filho, ele ainda sobreviveu duas semanas, mas logo foi embora para sempre também. Deixaram-me sozinho. E um dia a enfermeira do hospital encontrou um bilhete que Lisa havia deixado pra mim e que dizia o seguinte: “O amor é uma parte da vida que só se inicia no momento certo e que é preciso agarrá-lo com todas as garras sem medo, antes que ele vá embora e você se torne hipócrita.”
Nestas horas, nem amigo, nem família apareceram para me dar ao menos uma mensagem de conforto. Pensei em suicídio, mas vi que não ganharia nada com isso, pois me matando estaria sendo um fracassado que se deixara vencer pelos problemas e sofrimentos, o jeito seria continuar a viver esta vida amarga que me fora consumada então.
Sem saber o que fazer, procurava um psiquiatra, dois, três, quatro, psicólogos, mas de nada adiantava, nenhum deles conseguiam me ajudar e muitos até envolviam-se no meu problema. Andava sempre triste, desanimado pra tudo, e com o rosto monótono de tanta tristeza que demonstrava aos outros pelo meu olhar ofuscado.
Passaram-se dois anos e já tinha eu quase trinta anos de idade, estava mais maduro pela vida e pelo sofrimento. Agora adotei uma criança e descobri nela a felicidade de volta, jogamos bola, vamos ao parque e nos amamos muito um ao outro. Nunca escondi de Cadu a verdade, ele sabe de tudo que me aconteceu no passado, ele é um garoto bastante inteligente e de maturidade esplêndida apesar de ter apenas dez anos de idade.
Sigo a minha vida em frente, sempre luto para conseguir vencer qualquer batalha, a vida me ensinou isso muito cedo, tive que amadurecer rápido para sobreviver e Cadu está junto comigo. A todo o momento, eu me lembro do meu passado, ele nunca irá se apagar da minha mente. Deito-me a noite para dormir e abraço o travesseiro que era de Lisa. Ela não morreu, não para mim, está sempre por perto me abraçando e me amando, ela dorme ao meu lado e vem me visitar as noites. Nós ficamos conversando horas e horas, às vezes ela traz nosso filho com ela e brincamos com ele a noite toda, pena que quando chega o dia seguinte ela vai embora com o nosso bebê e eu me esqueço de tudo. Os médicos dizem que fiquei doente, com problemas mentais e por isso me deixam preso aqui neste lugar estranho onde só tem pessoas estranhas e loucas. E para passar a hora, fico aqui escrevendo essa minha história. Aliás, daqui a pouco é hora de eu sair daqui, tem uma reunião de Cadu na escola, aquele meu filho que eu adotei, mas os médicos dizem que eu nunca adotei filho nenhum, eles é que são loucos sendo que levo e busco meu filho adotivo todos os dias ao colégio.
Carlos Eduardo ficou com problemas mentais desde que perdeu a esposa e seu filho recém-nascido, diz para todos que tem dois filhos, um adotivo e outro pequeno, que seria o bebê que morreu, costuma contar também que sua esposa está com ele todas as noites e quase sempre traz o bebê. Ele está internado em uma clínica psiquiátrica há quase dois anos e meio, e todos os dias escreve a mesma história, pois seu problema mental é tão profundo que afetou um lado do cérebro e a cada dia que passa ele se esquece do que aconteceu no dia anterior. Carlos nunca soube, mas ele é um adulto adolescente.

terça-feira, 15 de julho de 2008

ASSUNTO: NOVIDADE FIXA!


Toda vez que crio um blog, digo: "Não, desta vez vai dar certo. Vou fazer algo interessante, que chame atenção, e que façam as pessoas conversarem comigo através dos meu assuntos e novidades que irei postar". Mas nunca rende. Rapidinho eu enjôo de blog e nunca passei de cinco postagens. É um saco ter que ficar pedindo para as pessoas irem ao seu blog, visitar, comentar. Daí, como agora estou fazendo um curso que envolve a escrita. Pensei: "Agora eu tenho que utilizar a escrita para desenvolver minhas habilidades, e têm que ser num espaço legal onde as pessoas gostem de visitar".
Prentendo postar aqui, notícias com textos informativos, contos, poemas, frases, fotos, artigos meus e de outras pessoas, crônicas, dentre outras. O que eu puder colocar aqui para informar as pessoas, colocarei.
Assuntos atraentes e polêmicos, pode ter certeza que tentarei pesquisar para poder opinar, e tentar ajudar alguém. Abrir a mente de quem a têm fechada, e abrir a minha com os visitantes de conhecimentos mais elevados.
E é ao som de Amy Winehouse que eu fecho essa pequena apresentação de hoje. Falando nela, a cantora anda mais polêmica que notícia de "homem que morde cachorro". Todos estão comentando sobre o assunto. E a situação dela está cada vez mais agravante. Segundo um programa de TV, a cantora está correndo o risco de ser presa, por ter furtado um abajur em uma loja. No estado de saúde em que se encontra, Amy com certeza não suportará por muito tempo a idéia de ficar presa numa sela. Tomara que ela consiga sair logo desse mundo de drogas, doenças, e 'cleptomanias'. Os fãs agradecem. Não que eu seja fã de carteirinha de Amy, mas negar que sua voz não é espetacular seria muito prepotente da minha parte. Abraço!